Hanseníase: entenda como acontece a transmissão

A hanseníase é uma doença cercada por muitos preconceitos. Antigamente conhecida como lepra, o diagnóstico costumava levar o paciente ao isolamento já que se acreditava que qualquer contato poderia transmitir a doença. Hoje em dia já sabemos que o isolamento não é a solução nesses casos.
A doença é causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae), atinge a pele e os nervos. Quando diagnosticada tardiamente pode ter consequências graves como incapacidades físicas nas mãos, pés e dos olhos que ocorrem como consequência do comprometimento dos nervos periféricos.
Como realmente acontece o contágio
Apesar da preocupação, o contágio não acontece por meio do contato direto com a pele, logo, o isolamento total não é necessário. O medo de “pegar lepra” por tocar em alguém que tem a doença está muito ligado a falta de informações a respeito da patologia.
A principal forma de transmissão da hanseníase é por meio das vias aéreas, por gotículas de saliva liberadas com a tosse ou espirro de uma pessoa doente, que esteja sem tratamento. Uma vez que o paciente inicia o tratamento, o mesmo deixa de transmitir a doença.
Como o bacilo de Hansen tem baixa infectividade, dificilmente um primeiro contato com o doente seja o suficiente para desenvolver hanseníase. Apenas o contato por vários anos e frequente com a pessoa infectada é capaz de ocasionar a transmissão.
É importante enfatizar que a hanseníase não é hereditária, nem é transmitida por compartilhar roupas, pelo abraço, beijo ou aperto de mão.
Fique atento aos sintomas!
A hanseníase tem cura e o tratamento precoce pode evitar que haja algum comprometimento neural, por isso é importante ficar atento aos sintomas e procurar um dermatologista. Os sintomas mais frequentes são os seguintes:
- Lesões ou áreas da pele com alteração da sensibilidade térmica (sensação de ao calor e frio), dolorosa (sensação de dor) ou tátil (ao tato);
- comprometimento dos nervos periféricos, geralmente espessamento dos nervos, associado a alterações sensitivas, motoras ou autonômicas;
- áreas com diminuição dos pelos e do suor;
- áreas do corpo com sensação de formigamento e/ou fisgadas;
- diminuição e/ou ausência da força muscular na face, mãos e pés;
- caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
Infelizmente, o Brasil é um dos países com as maiores taxas de hanseníase. É muito importante que a população tenha acesso às informações a respeito da doença, tanto para que, em caso de surgimento de algum sintoma, seja iniciado o tratamento o mais breve possível, como também para acabar, ou ao menos diminuir, o preconceito e a exclusão das pessoas que sofrem com a doença.
