Hanseníase tem cura: diagnóstico precoce é essencial para o tratamento

O Brasil é o 2ª país com o maior número de casos novos de hanseníase, atrás apenas da Índia. Por ano, são registrados cerca de 30 mil casos nos estados brasileiros. A doença atinge a pele e nervos periféricos e, quando diagnosticada muito tarde, pode ter graves consequências como incapacidades físicas nas mãos, pés e dos olhos.
As sequelas podem ser evitadas com o tratamento correto, porém a doença demora a se manifestar. O período de incubação, ou seja, o intervalo entre a contaminação e a manifestação, tem uma duração média de dois a sete anos. De acordo com o Ministério da Saúde, já houveram casos de pacientes com períodos de incubação inferiores a 2 e superiores a 10 anos.
Por causa dessa demora até o surgimento dos primeiros sintomas, muitos pacientes acabam procurando um médico mais tarde, o que pode ocasionar a contaminação de pessoas com quem o paciente tenha contato prolongado.
O diagnóstico precoce evita complicações
A hanseníase, se não tratada logo no início, pode evoluir para incapacitações físicas quando a bactéria atinge o nervo. Mas, ela tem cura e o diagnóstico precoce pode evitar a evolução da doença e diminuir as chances de alguma possível sequela. Além disso, é um fator importante no controle da doença no tocante a saúde pública, impedindo um aumento descontrolado de casos.
Entre as sequelas deixadas pela doença, estão:
- Incapacidade de elevar o pé;
- Incapacidade de extensão dos dedos e do punho;
- Incapacidade de fechar os olhos;
- Necrose e ulceração da cartilagem do nariz.
O diagnóstico é feito por meio de um exame geral e dermatoneurólogico para identificar lesões ou áreas de pele com alguma alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos, com alterações sensitivas, autonômicas ou motoras.
O tratamento é simples
O tratamento é oferecido gratuitamente pelo SUS. É feito por via oral com uso da Poliquimioterapia (PQT), uma associação de antibimicrobianos, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A primeira dose é supervisionada por um profissional de saúde e as demais podem ser administradas pelo próprio paciente, sem a necessidade de internação.
A dose dos medicamentos do esquema padrão é ajustada de acordo com a idade e o peso no caso de crianças. Já no caso de pessoas com intolerância a um dos medicamentos do esquema padrão, são indicados esquemas substitutivos.
É importante destacar que os pacientes que iniciam o tratamento não transmitem a doença, mas familiares, colegas de trabalho, amigos e pessoas em contato prolongado com o paciente também devem ser examinados.
