Dermatite atópica


A dermatite atópica é uma doença inflamatória da pele, caracterizada por lesão eritematosa, descamativa, bastante pruriginosa (que coça) de curso crônico, que acomete mais frequentemente crianças após o 6º mês de vida, com histórico familiar de atopia (Rinite, Asma de Dermatite atópica nos pais), sendo as regiões de dobras, tais como, cotovelos e joelhos as regiões mais afetadas. Contudo qualquer área pode ser atingida, e áreas extensas podem estar presentes, caracterizando um quadro grave.

Apesar desta patologia predominar nas crianças, qualquer idade pode ser atingida, sendo rara na senectude.

HISTÓRIA

A dermatite atópica já existe há séculos  as primeiras referências se encontram em documentos resgatados do mundo antigo.

O primeiro caso de dermatite atópica mencionado em documentos provavelmente corresponde ao faraó Menés de Menfis que, além de sofrer dessa doença, morreu do que pode ter sido uma anafilaxia após a picada de um inseto no ano 2900 AC.(Consenso Latino-americano de dermatite atópica, 2ª edição).

O termo atopia foi criado em 1920 por Arthur Fernandez Coca, um estudioso da imunologia, criador dos teste cutâneos de alergia.

EPIDEMIOLOGIA

Não é possível estimar com segurança a incidência desta patologia, todavia com os dados disponíveis em vários trabalhos científicos, podemos dizer que esta patologia acomete 10 a 15% de toda a população em geral. 

Diferentes estudos sugerem que a prevalência da dermatite atópica aumentou durante os últimos 30 anos, sem que se tenha uma explicação concreta para isso, mesmo considerando fatores genéticos, ambientais, e imunológicos.

QUALIDADE DE VIDA

A qualidade de vida dos portadores e familiares desta patologia pode estar bastante comprometida, fato que depende diretamente da extensão do quadro clínico. A coceira, presente nessa doença incomoda não apenas ao seu portador, mas também a quem o cerca. Atividades escolares, de lazer e de convívio social podem ser seriamente atingidas se o controle da doença não for adequado.

CAUSA

A causa desta doença ainda permanece desconhecida, todavia, em muito, já se avançou no esclarecimento. Sabemos que se trata de uma doença multifatorial, onde aspectos genéticos, imunológicos, anatômicos, psicológicos e de antígenos ambientais se mesclam para desorganizar o sistema imunológico cutâneo e sistêmico.

Há alguns aspectos a considerar no que diz respeito ao desencadeamento e precipitação dessa doença:  Pele seca, poeira doméstica, alimentos e estados psicológicos adversos. Todos são desencadeantes e agravantes da dermatite atópica. E o tratamento passa necessariamente por corrigir estes fatores.

QUADRO CLÍNICO

As lesões são eritematosas descamativas comprometendo as faces extensoras dos cotovelos e joelhos.

TRATAMENTO

O tratamento inicial passa necessariamente pelo entendimento dessa patologia por parte do paciente(Quando não é criança), e de seus familiares. O entendimento dos agentes precipitantes e agravantes é fundamental, pois sem afastarmos o paciente dificilmente o tiraremos das crises.

Hidratar a pele, não usar sabões irritantes, não tomar banhos quentes, equilibrar o estado emocional, usar roupas leves e tratar infecções cutâneas o mais rápido possível evitam as crises.

A fototerapia tem se demonstrado extremamente eficaz tanto em melhorar quanto em tornar mais longos os períodos de crise.

O uso das medicações fica a depender da extensão da doença, se leve, moderada ou grave. Podemos usar de corticóides tópicos e drogas imunomoduladoras à drogas imunossupressoras que são usadas em alguns tipos de Cânceres. 

A interação médico paciente, construída numa relação de confiança mútua é fundamental para o sucesso do tratamento.


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